quarta-feira, 3 de setembro de 2008

NEOQEAV


"Como a vida pode ser, talvez, diferente de como é hoje.
Meus avós já estavam casados há mais de cinqüenta anos e continuavam jogando um jogo que haviam iniciado quando começaram a namorar.
A regra do jogo era que um tinha que escrever a palavra "Neoqeav" num lugar inesperado para o outro encontrar e assim quem a encontrasse deveria escrevê-la em outro lugar e assim sucessivamente.
Eles se revezavam deixando "Neoqeav" escrita por toda a casa, e assim que um a encontrava era sua vez de escondê-la em outro local para o outro achar.
Eles escreviam "Neoqeav" com os dedos no açúcar dentro do açucareiro ou no pote de farinha para que o próximo que fosse cozinhar a achasse.
Escreviam na janela embaçada pelo sereno que dava para o pátio onde minha avó nos dava pudim que ela fazia com tanto carinho.
"Neoqeav" era escrita no vapor deixado no espelho depois de um banho quente, onde a palavra iria reaparecer depois do próximo banho.
Uma vez, minha avó até desenrolou um rolo inteiro de papel higiénico para deixar "Neoqeav" na última folha e enrolou tudo de novo.
Não havia limites para onde "Neoqeav" pudesse surgir.
Pedacinhos de papel com "Neoqeav" rabiscado apareciam grudados no volante do carro que eles dividiam.
Os bilhetes eram enfiados dentro dos sapatos e deixados debaixo dos travesseiros."Neoqeav" era escrita com os dedos na poeira sobre as prateleiras e nas cinzas da lareira.
Esta misteriosa palavra tanto fazia parte da casa de meus avós quanto da mobília.
Levou bastante tempo para eu passar a entender completamente e gostar deste jogo que eles jogavam.
Meu ceticismo nunca me deixou acreditar em um único e verdadeiro amor, que possa ser realmente puro e duradouro.
Porém, eu nunca duvidei do amor entre meus avós.
Este amor era profundo.
Era mais do que um jogo de diversão, era um modo de vida.
Seu relacionamento era baseado em devoção e uma afeição apaixonada, igual as quais nem todo mundo tem a sorte de experimentar.
O vovô e a vovó ficavam de mãos dadas sempre que podiam.
Roubavam beijos um do outro sempre que se batiam um contra outro naquela cozinha tão pequena.
Eles conseguiam terminar a frase incompleta do outro e todo dia resolviam juntos as palavras cruzadas do jornal.
Minha avó cochichava para mim dizendo o quanto meu avô era bonito, como ele havia se tornado um velho bonito e charmoso.
Ela se gabava de dizer que sabia como pegar os namorados mais bonitos.

Antes de cada refeição eles se reverenciavam e davam graças a Deus e bênçãos aos presentes por sermos uma família maravilhosa, para continuarmos sempre unidos e com boa sorte.
Mas uma nuvem escura surgiu na vida de meus avós: minha avó tinha câncer de mama.
A doença tinha primeiro aparecido dez anos antes.

Como sempre, vovô estava com ela a cada momento.
Ele a confortava no quarto amarelo deles, que ele havia pintado dessa cor para que ela ficasse sempre rodeada da luz do sol, mesmo quando ela não tivesse forças para sair.
O câncer agora estava de novo atacando seu corpo.
Com a ajuda de uma bengala e a mão firme do meu avô, eles iam à igreja toda manhã.
E minha avó foi ficando cada vez mais fraca, até que, finalmente, ela não mais podia sair de casa.
Por algum tempo, meu avô resolveu ir à igreja sozinho, rezando a Deus para zelar por sua esposa.
E então, o que todos nós temíamos aconteceu.
Vovó partiu."Neoqeav" foi gravada em amarelo nas fitas cor-de-rosa do buquês de flores do funeral da vovó.
Quando os amigos começaram a ir embora, minhas tias, tios, primos e outras pessoas da família se juntaram e ficaram ao redor da vovó pela última vez.
Vovô ficou bem junto do caixão da vovó e, num suspiro bem profundo, começou a cantar para ela.
Através de suas lágrimas e pesar, a música surgiu como uma canção de ninar que vinha bem de dentro de seu ser.
Sentindo-me muito triste, nunca vou me esquecer daquele momento.
Porque eu sabia que mesmo sem ainda poder entender completamente a profundeza daquele amor, eu tinha tido o privilégio de testemunhar a beleza sem igual que aquilo representava.
Aposto que a esta altura você deve estar se perguntando:
"Mas que Neoqeav significa?"


"NEOQEAV" = Nunca Esqueça O Quanto Eu Amo Você.
Escrito por Fernanda Lopes,

postado por miisa
@soufeliz@ do grupo Flymigas.
Bem foi muito bom ler este texto hoje, eu estava meio pra baixo, quem me conhece sabe que sou louca pelo meu marido, mais também como é dificil ficar longe de quem a gente ama.
E hoje que as crianças estão muito gripadinhas, bateu uma solidão, sabe do tipo poxa eu to sozinha pra segurar está bomba,mais como meu maridão sempre escreve nos bilhetinhos que me deixa pela casa.
"NEOQEAV"
Ah hoje é niver do meu primo Luis Carlos, apesar de a gente quase não se ver Parabéns primo.

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Pintando a Casa



Em uma das últimas férias resolvi fazer uma coisa diferente: pintar a casa.
Não era uma tarefa estranha. Já tinha feito isso outras vezes.
Por isso, limpei a parede, preparei a tinta e... comecei o trabalho.
Dois minutos depois a mão estava toda lambuzada, escorria tinta por entre os dedos...
Parei um pouco e fiquei me perguntando: por que é que eu fui começar isso?
Deu uma vontade de parar tudo de vez e esquecer a idéia de pintar a casa...

Já aconteceu alguma coisa parecida com você?
A Bíblia conta a história de Neemias.
Neemias topou o desafio de reerguer os muros de Jerusalém.
No capítulo 4 de seu livro, ele conta que na metade do
trabalho ele e seus companheiros ficaram desanimados e quiseram desistir.
Do verso 10 ao verso 13 lemos as razões para essa atitude:
estavam cansados, frustrados e com medo.

A fadiga é um problema sério.
Imobiliza. Segura você. A frustração também não perdoa.
Você vê um monte de trabalho em sua mesa ou na sua frente,
está cansado e se frustra porque não dá conta
e nem tem vontade de encarar a montanha que o espera.
E aí, vem o medo: medo de errar, medo de fracassar,
medo de não dar conta a tempo do que precisa ser feito...

Diante de um quadro assim – de uma casa toda para ser pintada
– o que fazer?
Provérbios 22:13 diz que o preguiçoso inventa as
desculpas mais esfarrapadas.
Se você quer terminar o que começou, esqueça a preguiça
e não fique inventando histórias ou desculpas...

Uma segunda dica? Comece imediatamente. De onde você parou.
Não fique olhando para trás. Olhe pra frente. Estabeleça alvos.
Dentro de uma hora essa parede vai ficar pronta.
Mais meia hora e eu pinto aquela porta.
E, se eu for mais rápido vou pintar o telhado também, ainda hoje.

Uma terceira dica para terminar o que começamos é
se manter concentrado nos benefícios e não nos sacrifícios.
Na carta de Paulo aos Gálatas, capítulo 6:9, ele escreveu:
“E não nos cansemos de fazer o que é correto,
porque em pouco tempo teremos uma colheita de bênção,
se não desanimarmos nem desistirmos.”

E, pra encerrar, uma quarta dica: dependa da ajuda de Deus.
Na primeira carta de Pedro, 4:11, encontramos o seguinte recado:
“Faça-o com todas as forças e a energia que Deus lhe concede,
a fim de que Deus seja glorificado por meio de Jesus Cristo.”

Tenha certeza. Assim a “casa” vai ficar toda pintada
– e bem pintada – e você terá terminado o que
começou com muito mais confiança e satisfação.
Pense e faça isso no dia de hoje.

Amém e assim seja , e se faça, claro.
Fonte: recebi de:
"Salete Temple"
que reapassou pois recebeu da sua amiga: Alice.
Se souberem o autor por favor me avisem.

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Da revisão


Na tradição de RAM, os discípulos tiram um dia por ano - ou um final de semana, se for necessário - para entrar em contato com os objetos de sua casa.
Tocam cada coisa e perguntam em voz alta: “Eu preciso realmente disto?”
Pegam os livros na estante:”vou reler este livro algum dia?”
Olham as recordações que guardaram: “ainda considero importante o momento que este objeto me faz lembrar?”
Abrem todos os armários: “há quanto tempo tenho isto e não usei?
Será que vou precisar mesmo?”
As coisas têm energia própria.
Quando não utilizadas, terminam se transformando em água parada dentro de casa - um bom lugar para mosquitos e podridão.
É preciso estar atento, deixar esta energia fluir livremente.
Se você mantém o que é velho, o novo não tem espaço para se manifestar.

Extraído do blog de Paulo Coelho.
http://colunas.g1.com.br/paulocoelho/2008/08/26/da-revisao/
Postado pela Vanessa Granello Ferraz do grupo Flymigas.